Arquetipos e Imagens Universais

E a tarde na foto desbotou. Virou verão de janelas abertas e cheiro de lençol secando ao sol. Guarda-roupas mudam de tom. Cadeiras abraçam em novos formatos. Lembranças são tais que quebram e conquistam.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O melhor dia de todos os dias

Poema


Ametista de líquido perfeito

onde se banham os sonhos

capturava em transe a todos

que ousavam olhar.


Todos os caminhos verdes

curvavam-se entre si

desenhando estranho e

harmonioso escuro.


Era o último de todos os lugares

onde pés vivos moveriam

a paz azul turquesa.


Enfileiradas, todas as formas de tristeza

construíam a entrada para

o ingresso de suspiros gêmeos.


No melhor dia de todos os dias

o Sol deslizava pelas folhas

e a brisa secava devagar

os cabelos molhados.


Braços flutuantes doíam com

a ausência pavorosa de todas as

pessoas que não sabia, mas amava.


Foi neste paraíso solitário

que a recusa do ar

enfim calou Eco.

4 comentários:

  1. "Enfileiradas, todas as formas de tristeza

    construíam a entrada para

    o ingresso de suspiros gêmeos".

    Nossa...que imagem, Kyrti...
    Eu me sinto mais acolhida na tristeza do que na alegria.
    Beijos,
    Ana

    ResponderExcluir
  2. Obrigada Ana!

    Foi um sonho que tive. Apenas tentei colocar o que senti durante aquele passeio onírico. Foi cheio de imagens fantásticas, belíssimas, mas com um certo tom inefável de melancolia.

    ResponderExcluir
  3. Circe, although I only speak Spanish, not Portuguese, I can tell that your poetry is exquisite. I am so happy for you.

    Besos,

    Edith

    ResponderExcluir
  4. Thank you, Edith! You left such a great compliment.

    Hugs!

    ResponderExcluir