Em sua frouxa fuga pensou cair,
mas não houve queda.
2011 foi um ano rápido, mas que não passou depressa. A rapidez residiu na correria energizante entre aulas na pós-graduação, pesquisa e leitura para a monografia e a organização da exposição das fotos. Agora neste mormaço calmo que se aperta entre um ano e outro me sinto como se flutuando entre o passado e o futuro. Essa inatividade é agridoce. É bem-vinda após a finalização dos trabalhos, porém me lança inquieta nesse esperar para ver.
Nessa flutuação sem rumo certo ando de um lado para outro como alguém impaciente a espera do próximo ônibus. Gasto as solas e não vou a lugar algum. Troquei os lençóis da cama, as fronhas dos travesseiros e mudei a cama de lugar. Janeiro é de dias ensolarados e para imaginar como o pé de flamboyant em frente ao terreno da estação de rádio ficaria lindo em uma fotografia. O pé de bouganville da vizinha sob a luz do meio da tarde também pede uma foto. Não faço nada e entre essas árvores em chamas continuo flutuando entre cochilos.
Em um desses sonos desnecessários veio à mente desligada essa partícula de poema que escrevo meio epígrafe. Não fui de 'derrière' ao chão nesse ano que passou. Não tropecei em meio a correria. Fiquei de pé. Agora que me sentei para folhear álbuns com fotos antigas e experimentar sapatos novos me dei conta que só viro a cabeça para o vermelho: flamboyants e bouganvilles. Minha cor favorita é azul.
Estou entediada. Não vejo a hora de me levantar.
2012....esse ônibus que não chega.